Clube da Luluzinha
📌 Fonte: Youtube: Clube da Luluzinha – Grupo entre elas.
🦋🫎 Lulu Clube: Se Encaixar ou Criar Algo Novo? 🦋🦜
No Brasil, existe uma expressão conhecida por muitas mulheres: Clube da Luluzinha. Ela tem sua origem na história em quadrinhos Little Lulu (Luluzinha), criada por Marjorie Henderson Buell em 1935. Lulu e suas amigas formaram um clube exclusivamente feminino, como resposta ao Clube do Bolinha, onde as meninas não eram bem-vindas. Com o tempo, esse nome se tornou sinônimo de união entre mulheres – um espaço para risadas, partilha e apoio mútuo.
No Brasil, Luluzinha foi uma história em quadrinhos muito popular, com um lugar especial na cultura e na sociedade.
Na Noruega, vi várias tentativas de criar algo parecido, especialmente entre as brasileiras. Um Lulu Clube tem o propósito de ser um espaço seguro, onde possamos compartilhar experiências, apoiar umas às outras e desfrutar de uma boa companhia.
No entanto, muitas vezes, senti dificuldade em encontrar meu lugar nesses grupos.
🦜Quando o coletivo não parece lar 🫎
Já tentei me encaixar em três diferentes Lulu Clubes, tanto entre brasileiras quanto em grupos noruegueses.
No início, entrei com esperança e entusiasmo, mas muitas vezes acabei me sentindo como uma observadora. Era como se eu estivesse ali para contribuir, mas não para ser valorizada pelo que sou. Havia um equilíbrio delicado entre ser útil e ser invisível.
Quando tentei ocupar mais espaço – falar mais, ser mais ativa – pouca coisa mudou. Nenhum dos papéis que assumi supriu minha necessidade de pertencimento.
Com o tempo, percebi que talvez a questão não fosse apenas sobre mim, mas sobre a dinâmica desses grupos.
🦜Quando a dinâmica muda – expectativas e dependência social 🫎
No Brasil, os Lulu Clubes são sinônimo de espontaneidade, empatia e calor humano.
Mas, na Noruega, onde o social é muitas vezes marcado por estrutura, eficiência e limites bem definidos, esses espaços podem assumir uma dinâmica diferente – uma que, às vezes, parece mais um ambiente de controle social do que um lugar de acolhimento.
Há também expectativas não ditas: espera-se que você se comporte de determinada forma, que participe de certos eventos ou interações para ser aceita. Esse tipo de cobrança pode ser sutil, mas muitas vezes gera dependência social – um ciclo onde o valor pessoal se mede pela aceitação dentro do grupo.
Isso pode criar relações frágeis e instáveis, onde a busca por pertencimento se torna um fardo. Muitas vezes, a vontade de se encaixar leva algumas pessoas a perderem sua autenticidade, aceitando dinâmicas que não fazem bem apenas para não ficarem de fora.
Em alguns casos, essa dependência social pode gerar relações baseadas em competição e comparação, onde algumas sempre buscam ter mais influência dentro do grupo, enquanto outras se sentem invisíveis.
O resultado? A busca por conexão se transforma em um jogo emocional exaustivo, onde se espera que você esteja disponível para o grupo, mas sem garantia de reciprocidade.
🫎 Motivo de sair do grupo 🦜
Em muitas das comunidades brasileiras das quais fiz parte na Noruega, senti que estava mais como espectadora do que como participante.
Em alguns momentos, parecia que Lulu só era aceita dentro dos termos de outras pessoas – dando atenção sem necessariamente recebê-la de volta.
Isso não significa que esses grupos não tenham calor humano. Mas, muitas vezes, falta um equilíbrio que permita que todas se sintam valorizadas e incluídas.
Além disso, percebi que a pressão social nesses grupos pode ser tão forte que algumas mulheres passam a depender emocionalmente do coletivo, sentindo-se desamparadas quando não são incluídas ou quando não atendem às expectativas do grupo, aquelas mais independentes e com mais autonomia se tornam cuidadoras.
Essa dependência pode ser perigosa, pois limita nossa liberdade de escolha e enfraquece a individualidade.
💕 Encontrando um equilíbrio entre culturas 🫎
E se pudéssemos criar um espaço onde o calor e a conexão brasileira se unissem à estrutura e clareza norueguesa?
Um espaço que trouxesse o melhor dos dois mundos:
✅ Papéis e expectativas bem definidos – Inspirado na estrutura norueguesa, para evitar confusões e mal-entendidos.
✅ Espaço para conexões genuínas – O calor brasileiro pode nos ajudar a sermos mais autênticas e vulneráveis, sem medo de sermos quem somos.
✅ Comunidade sem pressão – Um ambiente onde o coletivo é um apoio, não uma exigência, e onde ninguém precisa mudar sua essência para pertencer.
A verdadeira conexão surge quando nos sentimos livres dentro do grupo, e não aprisionadas por suas expectativas.
💕 Criando algo novo 🦋🦋
Cheguei à conclusão de que talvez a resposta não seja se encaixar no que já existe, mas criar algo novo.
Um espaço que não apenas preencha o tempo, mas também preencha o coração.
Sonho com um Lulu Clube onde possamos compartilhar histórias, nos fortalecer mutuamente e encontrar o equilíbrio entre a espontaneidade brasileira e a organização norueguesa.
Um lugar onde todas se sintam vistas, e onde a comunidade realmente construa pontes entre culturas, sem a necessidade de conformidade ou dependência social.
🫎 O que você acha? 😍
Você já sentiu essa falta de pertencimento?
Encontrou um jeito de se conectar ou também sonha com algo novo?
Acredito que muitas de nós estamos procurando por esse espaço ideal – um lugar onde possamos ser nós mesmas, sem precisar nos moldar às expectativas alheias.
Compartilhe suas experiências e reflexões.
Quem sabe, juntas, possamos criar o Lulu Clube que tanto buscamos? 🦋🦜
"O verdadeiro coletivo floresce onde o calor encontra a compreensão, e todas têm espaço para ser quem são." 🫎🦋